segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Febre Maculosa

Febre    Maculosa
Por Dr. Antônio Geraldo de Barros, 2007


Febre Maculosa
Outras denominações: Rickettiose, Febre das Montanhas Rochosas, etc.

História:
De todas as doenças que afligem o homem a Febre Maculosa, especialmente no Brasil é uma daquelas que mais causou sofrimento e morte, inclusive em pesquisadores da mesma .


Em 1899, nos Estados Unidos essa doença foi descrita por Maxcy como a Febre das Montanhas Rochosas. No período de 1906 a 1909 Ricketts conseguiu isolar o parasita em tecidos de carrapatos e promoveu a infecção em porquinhos da Ìndia. Em 1929 José Toledo Pisa trabalhou na distinção entre Febre maculosa e outras doenças exantemáticas no Brasil. Na décasda de 40 com o surgimento dos antibióticos ficou mais fácil o tratamento e controle dos parasitas ( carrapatos) pelos inseticidas. Em 1952 foi publicado extenso trabalho pelo notório professor Octávio de Magalhães, em Minas Gerais, sobre a Febre Maculosa e seus danos causados na população desde 1929 a 1944. Em 1983 Galvão e Colaboradores descreveu uma epidemia da doença em Grão Mogol, MG

A Febre Maculosa é uma doença causada por uma pequena bactéria de nome Rickettsia rickettsi.

A Febre Maculosa, Rickettsiose é transmitida ao homem por carrapatos da espécie Ambliona cojanênse, encontrado com mais freqüência nos cavalos e bois na sua fase adulta. Os carrapatos infectam-se ao sugarem animais silvestres como, capivara coelhos, gambás, aves e roedores. Entretanto a doença não depende desses animais para sobreviver pois pode ocorrer a transmissão transoraniana nos carrapatos, que são ao mesmo tempo transmissores e reservatórios da doença.

Focos de epidemia já registrados no Brasil em 1981 em Grão Mogol, Vale do Jequitinhonha, em 1984 no Vale do Mucuri, nos municípios de Ouro Verde de Minas e Bertópolis; em 1989, em Virginópolis - Vale do Rio Doce; em 1992, em Caratinga. Casos isolado já foram registrados em Belo Horizonte e Juiz de Fora. Nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Bahia já foram relatados inúmeros casos de ocorrência da Febre Maculosa.

No Estado do Rio de Janeiro, em particular, foram registrados focos da Febre Maculosa nos Municípios de Piraí,Vassouras, Valença, Três Rios e recentemente Petrópolis.

As bactérias da Febre Maculosa se multiplicam dentro das células das paredes dos vaso; ao se multiplicarem provocam o rompimento das células, causam edema, estase sangüinea, coagulação introvacular, trombose, embolia, necrose tecidual, equinoses ou manchas podendo levar o indivíduo à morte.

Para sobrevivência as Rickettsias se multiplicam indefinidamente nos seus hospedeiros artrópodes ( carrapatos) ou vertebrados, animais e seres humanos.

A bactéria da Febre Maculosa passa da mãe carrapato para os carrapatinhos ( micuins) através do ovário, não precisando no entanto dos animais nem do homem para sua propagação.

A prevenção total é difícil porque uma única carrapata pode ter até
8000 ( oito mil) carrapatinhos e, cada vez mais os animais silvestres estão mais perto de nossas residências; por causa dos desmatamentos e eles são também reservatórios da bactéria e transportadores dos carrapatos. Os nosso animais domésticos, também exercem importante papel no que tange transporte dos carrapatos e reservatório da bactéria
.

Cuidados importantes:
1- Manter os cães e gatos protegidos com um produto inseticida;
2- Manter o gramado cortado baixo;
3- Fazer aspersões com produtos de efeito residual nos gramados;
4- Evitar passeios por trilhas, pastos, pescarias, acompanhamentos sem o uso de roupas e repelentes apropriados;
5- Vigilância permanente no próprio corpo e das crianças;
6- Se apresentar sintomas de febre, calafrios, dor no corpo, dores articulares e na nuca, com manchas no corpo, procure um médico.

Dr. Antonio Geraldo de Barros - Médico veterinário .
10 /11/ 2005


O Dr. Antonio Geraldo de Barros é médico Veterinário, diretor do HVC - Hospital Veterinário de Corrêas.

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